terça-feira, 24 de julho de 2012

Experiências e reflexões sobre Avenida Brasil


Umas semanas atrás eu entrei num desses botecos de esquina onde a clientela é exclusivamente masculina. O dono do bar, um nordestino de uns 70 anos, conversava animadamente com um homem moreno; a conversa parecia agradável: os dois riam alto e gesticulavam muito. Estiquei o ouvido para escutar: um narrava para o outro uma briga entre Max e Jorginho em Avenida Brasil.

Voltei pra casa sorrindo e pensando se aquela cena seria imaginável há 20 anos. Hoje, as novelas tornaram-se entretenimento de todos: não existe mais o futebol do patrão e a novela da dona-de-casa. Milhões de pessoas se sentam na frente da televisão para ver a infinita guerra entre mocinhos e vilões. Mas Avenida Brasil vai muito além disso.

A quarta novela em que João Emanuel Carneiro é o autor titular tem uma vilã carismática, uma mocinha que age fora dos padrões do politicamente correto, um herói ingênuo, um homem com três mulheres, além de uma série de outros personagens de caráter duvidoso. Mas nada disso é questionado pelo público: só queremos ver as peças de movendo no tabuleiro e torcer pelo amor ou pela vingança.

Nas duas últimas semanas (desde que Nina jogou uma jarra de suco em Carminha e o Max descobriu quem era a Rita) Avenida Brasil tem enlouquecido o público: as redes sociais estão lotadas de fotos congeladas e opiniões diversas sobre as ações das protagonistas. O tão aguardado capítulo 100 (que foi ao ar na última quinta-feira) valeu a pena.



Entre a minha família não se fala em outra coisa. É preciso conhecê-los para entender que o nosso assunto favorito é televisão. Nas reuniões de família as discussões são animadas e é preciso um pouco de juízo para que tudo não se transforme em briga. Nos nossos almoços é obrigatório que façamos uma análise da trama: desde “a vingança compensa?” até temas mais leves como a sexualidade do Roni ou a traição da Olenka. Tentamos descobrir os próximos acontecimentos e narramos com riqueza de detalhes (cenários, roupas e diálogos) as nossas cenas preferidas. E se alguém perdeu algum capítulo... o site da Globo tem todos os vídeos disponíveis.

É claro que Cheias de Charme e Gabriela também rendem boas conversas pela internet, nas mesas de lanchonetes ou dentro dos ônibus, mas Avenida Brasil é o que podemos chamar de fenômeno. Antes dela poucas outras fizeram tanto estardalhaço (talvez porque as redes sociais ainda não tinham tanto público): lembro-me de O Clone, Senhora do Destino e A Favorita (essa última também do João Emanuel).

Interessante que todas essas histórias conquistaram o público principalmente pelas paixões reprimidas do povo: amores proibidos e sede de vingança. Quando nos falta coragem, os personagens da ficção são os responsáveis por satisfazer nossos desejos. Por isso que as cenas onde a mocinha estapeia a vilã (Celebridade, Senhora do Destino, Caminho das Índias, Avenida Brasil) fazem tanto sucesso.

Avenida Brasil ainda tem muitos capítulos pela frente e, pelas minhas reflexões e previsões, a novela ainda terá outra virada espetacular como a da última semana: comprarei um desfibrilador pela internet. João Emanuel Carneiro consolida seu lugar na Rede Globo como a galinha dos ovos de ouro e Avenida Brasil já é a favorita (trocadilho infame) de muita gente. Os anunciantes riem de satisfação e Aguinaldo Silva chora de inveja.

domingo, 15 de julho de 2012

Gabriela



“Quando eu vim para esse mundo
Eu não atinava em nada
Hoje eu sou Gabriela
Gabriela, êh, meus camaradas”

Depois de amanhã Gabriela entra na sua quarta semana e temos muito que falar sobre a nova novela das 11. Pra começar, quero falar do Walcyr Carrasco: não sei se eu já falei mal dele por aqui, mas o Walcyr me deixou puto triste com a sua excursão pelo horário das 7. Estava morrendo de saudade do seu texto numa história de época que é o melhor que ele sabe fazer. E o texto de Gabriela é engraçado, profissional, mas ao mesmo tempo dificílimo de ser interpretado. Fico tenso nas cenas do Erik Marmo: ele transmite tanta insegurança que eu fico com medo de que ele enrole a língua num desses diálogos com a Dona Sinhazinha (Maitê Proença).

Partindo para o elenco, é obrigatório falar de Juliana Paes, a Gabriela modelo 2012. Vejo muitas críticas negativas sobre Juliana, mas eu acho que a personagem não dá muitas opções para ela: Gabriela tem que ser daquele jeito e ponto. Não tem muito que fazer. Juliana Paes é constantemente comparada a Sônia Braga (Gabriela modelo 75) e dizem que ela não se parece com a Gabriela original. Da mesma forma que a Maya de Caminho das Índias feita por Juliana foi comparada à Jade de Giovanna Antonelli em O Clone. Se a Juliana se parecesse com a original, diriam que ela não era autêntica e estava imitando a outra. Vai caçar um pau pra você subir!

Pulando o Humberto Martins que eu continuo achando um ator meia boca, quero falar de algumas pessoas que me fazem sorrir de satisfação quando estão em cena. Nunca achei Marcelo Serrado um grande ator e continuo não achando, mas ele me conquistou com seu Tonico Bastos. Suas cenas ao lado de Fabiana Karla são maravilhosas. Anderson de Rizzi, que interpreta o professor Josué, está divino. Ele já tinha mostrado seu talento em Morde & Assopra como o Sargento Xavier, mas ele está bem melhor agora: é claro que são personagens diferentes, mas isso também prova que o Walcyr é mais bem sucedido com textos menos espalhafatosos. Também quero dar uma estrelinha para Marco Pigossi que faz o Juvenal com tanta segurança.

Agora quero falar do que há de melhor nesse elenco. É claro que não estou levando em conta Antônio Fagundes, Chico Diaz, Maitê Proença, Laura Cardoso nem José Wilker: eles são inquestionáveis. Primeiro, quero falar de Rodrigo Andrade que se preparou e alcançou êxito como o machista Berto. Fico impressionado com a quantidade de manias e vícios de linguagem que o personagem tem e tenho certeza que isso é responsabilidade da competência do Rodrigo. E o melhor ator em cena: Mateus Solano. Que dicção, meu Deus! Fico admirado quando um ator consegue fazer com que um texto seja seu: não tem como pensar que o Mateus Solano leu um roteiro e decorou o diálogo; aquelas palavras são suas, foram pensadas ali naquele momento. Aplaudo cada cena dele.

Agora as medalhas de mérito: a dupla Vanessa Giácomo e Luiza Valdetaro consegue falar com os olhos; Leona Cavalli é a melhor escolha para uma prostituta de luxo; a personagem de Giovanna Lancellotti vai sofrer muito ainda, mas a atriz está se saindo super bem nessa primeira fase da Lindinalva; apesar de não gostar da Bel Kutner como pessoa, tenho que admitir que ela é um ótima atriz; Neusa Maria Faro está com uma de suas melhores personagens até hoje.

Em Gabriela tudo está em seu devido lugar. As cenas de sexo e nudez estão chocando as pessoas que não estão acostumadas a isso, mas eu já vi coisa pior eu acho que estão de extremo bom gosto. Por fim, quero dizer que amo o Bataclã e acho que essa novela é a oportunidade perfeita para fazerem um beijo lésbico entre as meninas da Maria Machadão.

Obs.: Não falei de Ivete Sangalo porque sinceramente... nos créditos de abertura deveria constar “Ivete Sangalo como ela mesma”.

domingo, 1 de julho de 2012

Destaques do Mês

Filmes muito esperados sempre aparecem na época das férias.
Como aconteceu no mês passado, eu resolvi eleger três filmes como destaques do mês.

E os Destaques do Mês de Julho são...

O Espetacular Homem-Aranha

Valente

Batman - O cavaleiro das trevas ressurge