Parece que, enquanto a novela tá lá a todo vapor, nós não temos o pensamento de que ela vai acabar. Mas acabou, gente! E eu estou inconsolável. Só até segunda! Segunda tem outra novela.
Então... "Insensato Coração" tinha uma grande responsabilidade: substituir "Passione". A novela passada tinha acabado com a minha vida social e eu nem estava disposto a me dedicar a outra, mas o ritmo alucinante do primeiro capítulo da novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares me prendeu.
E outra coisa me atraiu: Norma. Ela demorou a aparecer, mas eu estava louco pra que ela fosse enganada, presa e saísse da prisão rica, poderosa, com um vestido vermelho, pronta pra se vingar.
O vestido vermelho não teve, mas... tudo bem!
Eu já disse em outra oportunidade que eu nunca fui muito com a cara do casal Marina e Pedro (Casais de Insensato Coração, 01 de julho de 2011), mas a minha paixão pela Paola Oliveira falava mais alto. Eu também gosto do Eriberto Leão, mas a Paola é diva, né! Fico imaginando se a Ana Paula Arósio tivesse continuado como a Marina. Aí, eu ia torcer para o Léo (Gabriel Braga Nunes) e para a Wanda (Natália do Valle).
Agora, falando sobre o fim da novela:
A minha torcida para o casal Raul (Antônio Fagundes) e Carol (Camila Pitanga) não foi em vão. Do mesmo jeito com os outros casais Bibi (Maria Clara Gueiros) e Douglas (Ricardo Tozzi) e Hugo (Marcos Damigo) e Eduardo (Rodrigo Andrade).
Surpreendentemente, o Kléber (Cássio Gabus Mendes) teve um final feliz com a Sueli (Louise Cardoso) e a cadeia nunca esteve tão cheia com Vinícius (Thiago Martins), Cortez (Herson Capri), Ismael (Juliano Cazarré) e Léo , que morreu de uma maneira tão... [suspiros] satisfatória, né! E o Léo ia ser o Fábio Assunção, né! Ai, como eu amo os caprichos do destino.
Gostei muito da nova vida de Natalie Lamour (Déborah Secco) e Roni (Leonardo Miggiorin), mas nada se compara ao fim incrível de André (Lázaro Ramos) e Leila (Bruna Linzmeyer). Filhos da mãe! Eles se merecem mesmo! Os dois devassos da novela. Só não perdem para a Bibi, claro!
E agora, num momento saudosista, queria falar de três personagens que eu vou sentir muita saudade.
É difícil de entender, mas... dá uma conferida.
3º lugar - Eunice (Déborah Evelyn)
Que mulher insuportável! Quantas vezes, desde o primeiro capítulo, eu não tive vontade de entrar dentro da televisão e balançar essa mulher e falar: "ACORDA PRA VIDA, MINHA FILHA!"
"Mas por que você vai sentir saudade dessa mulher arrogante, Lucas?"
Exatamente por ela ter despertado em mim os sentimentos mais primitivos de raiva e desprezo. Eu acho que a qualidade um livro, um filme, uma atuação ou qualquer outra expressão de arte mede-se pela emoção que você sente enquanto a prova. Deu pra entender?
Mesmo que a Eunice tenha me dado nos nervos, a atuação da Déborah Evelyn foi inesquecível. É claro que ela já fez personagens assim antes (Celebridade, Caras e Bocas), mas o texto desses caras é foda!
Destaque para o momento que ela é desmascarada. Ai, ai! Me senti vingado!
2º lugar - Tia Neném - Ana Lúcia Torre
Da mesma forma, é a Tia Neném. Oh, velha chata! Não precisa de inimigo se você tem uma tia feito essa!
A Tia Neném é fofoqueira, muquirana, alcoólatra, palpiteira, intrometida... E tudo que há de ruim! Adorava as cenas que ela ia procurava o Raul pra dar uma notícia, mas sempre tinha uma segunda intenção.
E uma cena ficará pra sempre na minha cabeça. Alguém lembra quando a Leila foi expulsa de casa e resolveu passar uns dias na casa da Tia Neném? Pois é. A velha disse que de manhã só comia um pão e um café puro. A Leila e a Cecília (Giovanna Lancellotti) desistem de tomar café na casa da tia. Quando elas saem... a Tia Neném abre o armário e tira geléia, requeijão, biscoitos...
"Velha infeliz", eu pensei.
Mas o legal é que ela é uma das personagens que tinha mais consciência de tudo que tava acontecendo. Ela tava sempre um passo a frente de todo mundo e sabia exatamente com quem falar pra que alguma coisa fosse feita!
1º lugar - Norma - Glória Pires
Como disse o Gilberto Braga: a Norma é uma personagem muito complexa para ser definida. Eu concordo. A Norma é uma personagem tão real que não seria justo limitá-la, rotulá-la como mocinha ou vilã.
A Norma cresceu e apareceu em "Insensato Coração". Começou como aquela enfermeira ingênua e terminou como o centro de todas as atenções dos personagens e do público.
As tramas que envolviam a Norma eram paralelas à história principal e quando eu dei por mim, todos os personagens estavam envolvidos com ela. Ela tinha todos na mão.
Todo o seu plano de vingança contra o Léo, tirando a Araci (Cristiana Oliveira), o Teodoro (Tarcísio Meira), o Milton (José de Abreu) e o Zeca (André Barros) do seu caminho. E no final, o Cortez se vinga por ela. Ai, gente! A cena do Léo sendo jogado do teto da prisão com aquela música calma no fundo vai ser inesquecível.
A Glória Pires disse que a Norma foi a personagem mais humana que ela já interpretou. E mais uma vez eu concordo: a Norma amou, odiou, matou, mentiu, fez bobagens, morreu. E que morte! Ela toda poderosa no seu terninho branco. Três tiros é muita crueldade com a Norma. Quer dizer, dona Norma!
Além disso, quero destacar a cena em que ela mata a Araci. Ela treme e chora de um jeito que convence qualquer um.
Mas também tem um lado bom a Norma ter morrido. Sei lá! É claro que eu sofri muito com a sua morte, mas eu acho que alguns personagens tem que ter um fim.
Foi a Agatha Christie que "matou" o seu detetive mais famoso, Hercule Poirot, com a justificativa de que quando ela, a autora morresse, o Hercule Poirot teria tido um fim digno e ninguém mais escreveria outra história dele dizendo que era da autoria da Agatha Christie. Ele tinha morrido nas mãos dela. Nada mais justo.
A Norma vai entrar para o hall dos grandes personagens da teledramaturgia brasileira.