segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O Assassinato de Roger Ackroyd


"Numa pacata vila britânica onde Hercule Poirot estava morando na altura, uma mulher que matara o próprio marido é vítima de chantagem por parte de alguém que tem conhecimento do crime. Não suportando mais a situação ela acaba por se suicidar. Após a sua morte Roger Ackryd, o homem que ela amava, recebe dela uma carta que revela o nome do chantagista. No entanto, nessa mesma noite Ackroyd é encontrado morto pela família. Fora apunhalado pelas costas com o seu próprio punhal e a carta que denunciava o chantagista desaparecera. Todos são suspeitos, mas Poirot e as suas pequenas células cinzentas vão entrar em acção para desvendar o mistério e descobrir o assassino."

Esse parece mais um romance policial da Rainha do Crime, mas é uma, quem sabe a mais polêmica de suas obras.

Depois de escrever "O Assassinato de Roger Ackroyd", Agatha Christie acabou ficando com a fama de haver desrespeitado a mais sólida convenção dos romances de mistério, motivo para incontáveis estudos, assinados, entre outros, por Roland Barthes e Umberto Eco.

Um ensaísta francês, Pierre Bayard, desconstruiu o romance de forma assaz inventiva, cujo resultado - Qui a Tué Roger Ackroyd - foi considerado pelo suplemento literário de Le Monde o mais excitante romance policial do ano e um ensaio sutil sobre a narrativa, a leitura e seus limites e os perigos dos delírios de interpretação.

Na releitura de Bayard, quem passa por criminoso é Poirot. Não por ter sido ele o verdadeiro assassino de Roger Ackroyd, mas por levar à morte o homem errado. Depois de revirar o romance pelo avesso, examiná-lo por todos os ângulos, esmiuçar cada detalhe de sua arquitetura, de montar, enfim, uma investigação paralela à de Poirot, o "detetive" Bayard conclui que o Sherlock de Agatha Christie abusou de sua delirante imaginação, cometeu erros de interpretação - e aponta outro culpado.

Que loucura!

O livro é um dos preferidos dos fiéis leitores de Agatha Christie, só atrás de "O caso dos dez negrinhos" e "Cai o pano."

Realmente vale a pena conferir e ficar a par de um dos livros mais incríveis que eu já tive em mãos.

Um comentário:

Manie disse...

Li esse livro no mês passado e confesso que não me surpreendi. Parecia que algo me dizia quem era o assassino, mas mesmo assim, gostei bastante de ter sido essa pessoa.