sexta-feira, 27 de abril de 2012

Avenida Brasil


Depois de cinco semanas da estreia de “Avenida Brasil” está mais do que na hora de falar sobre alguns pontos da novela das 21h da Globo. Venho mais uma vez dizer que é difícil falar da obra de um ídolo — no caso, João Emanuel Carneiro —, mas, pelas minhas conversas na rua, com amigos e família, vejo que a minha opinião é compartilhada pelo restante do público.

Além do texto maravilhoso do João Emanuel Carneiro — o mesmo de “A Favorita” e “Da Cor do Pecado” — o elenco da novela é maravilhoso, principalmente o feminino, a começar por Débora Falabella. É até difícil escolher a personagem mais marcante da atriz — que já fez uma dependente química em “O Clone”, e a protagonista de “Sinhá Moça” —, mas ouso em dizer que essa é uma das mais difíceis para a atriz. O texto é complexo e exige mudanças muito drásticas principalmente nos olhares. A Nina é uma personagem de muitas facetas, assim como sua antagonista, Carminha.

Adriana Esteves estava sumida desde o fiasco de “Morde e Assopra”, mas voltou com a melhor personagem da sua carreira, na minha opinião. Pra mim, está sendo muito difícil me desvencilhar da imagem dela como a Celinha de “Toma lá dá cá”, mas aos poucos eu vou me adaptando às mudanças. Muito mais que Nina, Carminha muda de personalidade quatro vezes numa só cena: a personagem tem um olhar e um tom de voz diferente para cada pessoa com que está tratando.

Outro destaque feminino é Nathália Dill. Uma das queridinhas da Globo, Nathália estreia no horário nobre com Débora, uma personagem madura, mulher independente e moderna. A atriz já tinha mostrado o seu profissionalismo em outras novelas — como a Maria Rita de “Paraíso” — e agora na principal atração da emissora, ela se consolida como uma nova Paola Oliveira ou Alinne Moraes.

Ainda quero falar especialmente de Ísis Valverde que é, de longe, o personagem mais popular da novela. O sucesso da personagem me intriga: a piriguete não vale nada, só arranja confusão e tá em todas as rodas de conversa sobre a novela. Não acho que as suas personagens anteriores tenham favorecido o seu corpo escultural, mas agora ela está sendo recompensada.

Quero falar também da grande parte de atores cômicos presentes no elenco que fazem enriquecer o texto engraçadíssimo do João Emanuel: Heloísa Perissé já teve personagens melhores, mas está ótima como a cabeleireira Monalisa; Déborah Bloch, Camila Morgado e Carolina Ferraz me enlouquecem quando aparecem em cena; Letícia Isnard, que eu assisto desde “Minha nada mole vida”, tem uma personagem ótima no núcleo do jogador Tufão; e, por último, Fabíula Nascimento está maravilhosa, espetacular, com a Olenka, que não leva desaforo pra casa; eu rio em todas as suas cenas.

O elenco masculino? Bem... Tony Ramos, que fez uma participação na primeira fase da novela, foi a melhor interpretação até agora. Murilo Benício está fraco com o Tufão; Cauã Reymond já caiu no lugar-comum com seus últimos personagens; Alexandre Borges está engraçado, mas ainda apostaria em outros atores; Marcelo Novaes precisa esquecer a sua cara de bobo de personagens anteriores. Os melhores talvez sejam Marcos Caruso, que transita bem entre personagens distintos — como o padre Inácio em “Desejo Proibido” e o prefeito Patácio em “Cordel Encantado” —, José de Abreu que está detestável — essa é a intenção — como o catador de lixo Nilo e José Loreto que volta com um dos personagens mais cativantes de “Avenida Brasil”, Darkson.

Medalhas para Mel Maia, a personagem de Débora Falabela na primeira fase da novela; Juliano Cazarré que está com um personagem incomum, o ex-jogador Adauto; Débora Nascimento como a linda Tessália; Cláudia Missura, a Janaína, que me chama a atenção mesmo sendo uma empregada; e Daniel Rocha como Roniquito que, na minha opinião, é a revelação de “Avenida Brasil”.

Apesar dos pesares, “Avenida Brasil” tem uma história central riquíssima e é a novela mais popular dos últimos anos — não quero nem falar sobre a anterior “Fina Estampa”. A nova novela tem 93% dos seus personagens na classe C, a nova tendência das produções televisivas para conquistar esse público. A novela vai até setembro e espero não ter morrido de parada cardíaca com o ritmo alucinante do Kuduro da novela.

domingo, 1 de abril de 2012

SobeDesce Semanal



Sobe

- A novela “Avenida Brasil” tem diversos pontos positivos, mas o destaque da semana vai para a atriz mirim Mel Maia. O talento da menininha me impressionou mais que Bruna Marquesine em “Mulheres Apaixonadas” e Klara Castanho em “Viver a Vida”. A menina é elogiada nas redes sociais, na rua, no “Fantástico” e a preparadora de elenco Paloma Riani — que publicou uma carta aberta à Mel dizendo para ela tomar cuidado com a vaidade — disse que seu trabalho com a menininha te deu uma sensação de dever cumprido.

- O episódio de “As Brasileiras” que foi ao ar na última quinta, “A Indomável do Ceará”, foi disparado o melhor da série até agora. Alice Braga, como uma delegada osso duro de roer, e Rodrigo Santoro, como um bandido foragido, justificaram o seu sucesso no exterior.

- A Record investe agora na reprise de “Vidas Opostas” para lutar com “Avenida Brasil”. E foi bem sucedida! A novela da Globo continua absoluta com seus quase 40 pontos de audiência, mas “Vidas Opostas”, que já tinha sido um sucesso na sua primeira exibição, conseguiu 13 pontos com picos de 15 aumentando o otimismo na emissora do bispo.

Desde

- O deputado Jair Bolsonaro se complica cada vez mais com seus pronunciamentos. E o “CQC” aproveita! Na última segunda-feira, o deputado participou do quadro “Sem Saída” com Rafael Cortez e não teve medo de dizer que não gosta de gays e que é a favor da ditadura militar no Brasil.

- Por falar em “CQC”: depois do caso entre Rafinha Bastos e Wanessa, os humoristas do programa da Band tem que tomar mais cuidado com suas piadas. Uma piada mal-sucedida — que poderia ser interpretada como racista — de Oscar Filho na bancada do programa deixou Marcelo Tas desconcertado e provocou mensagens indignadas no Twitter. 

Destaque do Mês

E o Destaque do Mês de março é...


Titanic 3D