Que maravilha! Hoje é o dia da premiação do Oscar — uma das minhas
datas mais esperadas do ano. Antes de começar os serviços quero dizer que eu
não sou nenhum crítico de cinema nem um expert
da sétima arte, mas essa análise que eu faço abaixo nada mais é do que as
minhas humildes e leigas apostas para a premiação desse ano. Talvez eu não
acerte nenhuma, mas todas são baseadas nos meus quase 20 anos de vida.
Se você não trabalha na área é praticamente impossível assistir a
todos os filmes antes da premiação, mesmo porque alguns indicados estrearam no
Brasil na sexta-feira passada. Mas a gente faz um esforço. Vou indicar os
filmes que eu assisti por ordem de estreia no Brasil, suas indicações e minhas
impressões sobre a pelicula. Siga-me
os bons!
Rango
Estreia: 9 de março
de 2011
Indicação: Animação
Desde que eu soube que “Rango” era uma nova parceria de
Johnny Depp e Gore Verbinski, eu fiquei ansioso para correr ao cinema e
assisti-lo. Na época, eu até postei a minha animação com o filme aqui no blog (Rango, 31 de março de 2011).
Fiquei impressionado com o visual western
no desenho animado e com as composições mexicanas do Hans Zimmer (o mesmo
de “O Rei Leão” e “Gladiador”). Tenho a impressão que o seu único concorrente a
altura é o “Gato de Botas”, mas todas as minhas fichas estão colocadas no
“Rango”: original, diferente e engraçadíssimo.
Rio
Estreia: 8 de abril
de 2011
Indicação: Canção
Original (“Real in Rio”, Sérgio Mendes, Carlinhos Brown e Siedah Garrett)
É difícil fazer uma crítica de “Rio” sendo um brasileiro
orgulhoso. Não tenho muito o que falar sobre o filme porque o que interessa
acontece nos primeiros dez minutos. A canção “Real in Rio” é um samba com cara
de Brasil e é o primeiro musical do filme, apesar de que trechos da melodia de
Sérgio Mendes aparecem no decorrer do filme. A canção tem apenas um
concorrente: “Man or Muppet”, de “Os Muppets”, filme da Disney. Não sei se é
porque sou brasileiro, mas o Oscar para os brasileiros Sérgio Mendes e
Carlinhos Brown é a minha aposta mais fervorosa de todas as outras. Quem é que
não gosta da música brasileira? Não é qualquer americano que consegue o que os
nossos músicos fazem com tanta naturalidade.
Vai ser tão lindo! E,
se “Os Muppets” ganharem, eu vou dizer que isso aí foi comprado.
Harry Potter
Estreia: 15 de julho
de 2011
Indicações: Maquiagem,
Direção de Arte e Efeitos Visuais
Mais difícil ainda é fazer uma crítica de “Harry Potter”
quando se é fã da série e torceu para que ela ganhasse pelo menos um Oscar que
não fosse técnico. E, mais uma vez, pra não fugir do hábito, a segunda parte de
“Harry Potter e as Relíquias da Morte” concorrem a três prêmios técnicos e com
opositores de peso. E eu tenho a tristeza em dizer que eu tenho quase certeza
que o Harry Potter perde a sua última chance de levar uma estatueta pra casa. O
Oscar de Maquiagem talvez seja o mais provável em ser conquistado pela franquia,
mas os dois concorrentes — “A Dama de Ferro” e “Albert Nobbs” — tem trabalhos
de arrepiar; além do mais, a maior parte da maquiagem de “Harry Potter” é de
Efeitos Especiais. Direção de Arte talvez fique com “Hugo Cabret”, porque os
críticos podem dizer que o roteiro é ruim, mas o visual do filme é tão lúdico,
tão infância; por último, eu acho que o Oscar de Efeitos Visuais vai para
“Planeta dos Macacos”, mas mesmo assim, eu vou continuar torcendo por pelo
menos essa última categoria para o bruxinho.
Gigantes de Aço
Estreia: 07 de
outubro de 2011
Indicação: Efeitos
Visuais
Fiquei surpreso quando eu vi “Gigantes de Aço” na lista do
Oscar. É claro que ele só concorre em uma categoria, mas mesmo assim eu achava
que ninguém tinha assistido a esse filme. “Gigantes de Aço” foi um dos filmes
que me levaram ao cinema por puro entretenimento. Foi um dos poucos filmes de
2011 que conseguiram prender minha atenção na história sem me ater em detalhes
técnicos ou atuações. A indicação é extremamente aceitável: os robôs do filme
são tão reais que a gente acredita que aquela história ali é uma representação
fiel do futuro. Mas como eu já disse, o Oscar de Efeitos Visuais deve ficar com
“Planeta dos Macacos”. Os outros indicados são incríveis — “Harry Potter”,
“Transformers” e “Hugo Cabret”, mas o único trabalho comparável ao que fizeram
com Andy Serkis em “Planeta dos Macacos” foi em “Avatar” de James Cameron e “O Senhor dos Anéis: o Retorno do Rei” de Peter Jackson (esse último,
coincidentemente, com o mesmo ator).
Gato de Botas
Estreia: 9 de
dezembro de 2011
Indicação: Animação
Não sei se já disse isso por aqui, mas o Gato de Botas sempre
foi o meu personagem favorito do Shrek. Soube do seu filme solo no início de
2011 e, depois de muitos ataques de histeria com o trailer, eu assisti ao filme
em dezembro do ano passado. Na minha opinião, o “Gato de Botas” foi o filme
mais bem sucedido no quesito 3-D. Eu fiquei sem fôlego e foi o primeiro filme
que me fez ter aquelas sensações que tanto falam da terceira dimensão. Mas
mesmo assim, eu não apostaria no “Gato de Botas” por ele estar concorrendo com
“Rango”. Então, eu acho que dessa vez a DreamWorks não leva o troféu pra casa.
As Aventuras de Tintim
Estreia: 20 de
janeiro de 2012
Indicação: Trilha
Sonora Original (John Willians)
Por que Tintim não está concorrendo à Melhor Animação? Eu
assisti a esse filme poucos dias antes do anúncio dos indicados e fiquei
confuso quando não o vi na lista de melhor animação, principalmente porque
Tintim já tinha ganhado o Globo de Ouro poucas semanas antes. É a animação mais
real de todos os tempos! Um trabalho de fã mesmo — Spielberg é fã número um do personagem.
Li críticas ruins sobre o roteiro e o desenvolvimento do filme, mas eu amei.
Fiquei emocionado e ansioso por uma continuação.
Sobre a Trilha Sonora: aposto cegamente no Tintim, apesar de
eu não ter assistido “O Artista” que tenho a impressão que leva o prêmio.
Acredito na competência de John Williams que ainda concorre ao prêmio com outro
filme: “Cavalo de Guerra”. Mesmo com uma obra tão (ou quase) perfeita, eu ainda
acho que Tintim vai continuar só com o Globo de Ouro mesmo.
Os Homens que não amavam as Mulheres
Estreia: 27 de
janeiro de 2012
Indicações: Atriz
(Rooney Mara), Fotografia, Edição, Edição de Som e Mixagem de Som
Se “Os Homens que não amavam as Mulheres” fosse uma escola de
samba, ela receberia nota mínima no quesito Evolução. O filme é muito, mas
muito grande. São quase três horas de duração. E o filme ainda é muito
complicado! Confesso que não li nenhum dos livros da série Millenium (para quem
não sabe “Os Homens que não amavam as Mulheres” é o primeiro de uma trilogia),
mas soube que o filme não é muito fiel ao livro. A produtora ficou com medo de
que o primeiro filme não desse certo e eles deixassem pontas soltas por falta de
continuação: então, resolveram explicar muitas coisas logo no primeiro filme. E
são muitas cenas desnecessárias. Não daria o Oscar de Edição para eles.
Na verdade, o que mais me atraiu nesse filme foi a atuação de
Rooney Mara. Surpreendentemente, eu até gostei do Daniel Craig (porque eu não
sou super-fã dele), mas a Rooney foi maravilhosa. E a disputa pelo Oscar de
Melhor Atriz vai ser a mais acirrada de todas: Rooney Mara, Viola Davis, Meryl
Streep, Glenn Close e Michelle Williams. Infelizmente, eu acho que a Rooney não
leva o Oscar dessa vez, mas eu acho que ela merecia pelo menos uma medalha de
Honra ao Mérito.
Em Fotografia, eu também não aposto nele. Não entendi porque
ele concorreu ao Oscar, mas quem sou eu para questionar a Academia. Eu acho que
o “Hugo Cabret” do Scorsese leva essa. Nos outros quesitos técnicos é mais
complicado pra mim. Não conheço o trabalho de edição e mixagem e som, mas eu
ainda aposto no “Hugo Cabret” ou até em “Transformers”. Vamos tirar a prova
hoje à noite!
A Dama de Ferro
Estreia: 17 de
fevereiro de 2012
Indicações: Atriz
(Meryl Streep) e Maquiagem
Por fim, “A Dama de Ferro” vem com duas indicações. Como eu já
disse, a disputa de Melhor Atriz vai ser a mais disputada já que todas as
atrizes conseguiram enfrentar todos os desafios propostos: Glenn Close é uma
mulher que se veste de homem, Michelle Williams é Marilyn Monroe, Rooney Mara é
uma rebelde cheia de piercings e
tatuagens, Viola Davis é uma revolucionária negra e Meryl Streep é Margareth
Thatcher. Se não fosse pela concorrência, a Meryl levava fácil já que o seu
trabalho foi impecável e, como disse um blogueiro, depois dessa interpretação,
Meryl Streep pode fazer qualquer pessoa: de Madonna a Michael Jackson. Mas com
essa concorrência e com o histórico da atriz — 2 prêmios em 16 indicações — eu
ainda não tenho certeza se ela leva o prêmio.
Já o prêmio de Maquiagem eu tenho quase certeza que vai para “A
Dama de Ferro”. Os outros concorrentes são “Harry Potter” e “Albert Nobbs”, mas
eu achei a transformação de Meryl Streep em Margareth Tatcher inacreditável. Meryl
parece mais a Maggie Thatcher do que ela mesma.
No Brasil, a cerimônia do Oscar 2012 vai ser transmitida pela
TNT (com Sabrina Parlatone e Cássio Reis) e pela Globo (com José Wilker e Maria
Beltrão) depois de Big Brother Brasil. Espero ansiosamente!