sábado, 7 de janeiro de 2012

A Ira dos Anjos



“A Ira dos Anjos” é outra obra inconfundível de Sidney Sheldon. Parece meio clichê dizer que ele consegue nos prender desde a primeira página, mas Sheldon faz isso como ninguém. Desde a cena inicial no tribunal, onde Jennifer Parker cai numa armadilha de Michael Moretti, o leitor se sente tentado a descobrir mais um capítulo da vida da heroína — marca registrada de Sheldon.

O que me impressiona é que romances — não estou falando de romances de amor — pouco me atraem e são poucos que conseguem me fazer seguir em frente. Desde o início da minha adolescência, quando eu adquiri o hábito da leitura, apaixonei-me pelo gênero de suspense: a descoberta do assassino no último capítulo era um incentivo para continuar a leitura. Sidney Sheldon também já usou desse recurso em “Quem tem medo de escuro?” e “A Outra Face”, mas nessa aventura, a nossa única motivação é ver os personagens da história agindo, interagindo entre si, vivendo.

E que personagens! Adam Warner, Ken Bailey, Michael Moretti, Joshua e Robert di Silva. Todas as personagens muito bem construídas que comprovam aquela história de que Sheldon relia seus manuscritos várias vezes antes de serem entregues à editora. Seus personagens são extremamente convincentes, o que dá o ar realista à história.

Destaque para uma cena de sequestro que acontece no Capítulo 36 — poderia descrevê-la, mas não quero entregar spoilers. Fiquei sem fôlego, nervoso com toda a situação. Surpreendentemente, eu até consegui chorar vendo a emoção dos personagens:

“Michael Moretti não respondeu, e Jennifer compreender por quê.

— Se encontrarmos Jackson?...

Jennifer respirou fundo, estremecendo.

Mate-o!”

E, como também é típico nos livros do Sidney Sheldon, quero dizer que as cenas de sexo me deixaram ofegante:

Era como se ele estivesse fazendo amor em cores brilhantes e faiscantes, as cores mudando de um momento para o seguinte, como algum caleidoscópio maravilhoso. Num momento, fazia amor gentilmente, com extrema sensibilidade, no momento seguinte era cruel, agressivo, exigente.”

“ A Ira dos Anjos” é um livro para ser lido em poucas horas: um sabor diferente para um fim de semana. É uma história real, onde os personagens podem ser reconhecidos em páginas de jornal; um enredo tenso, ágil — composto de muitos diálogos —, digno de um roteiro de cinema.